A heráldica (parassematografia) é uma ciência que auxilia a História nos estudos, definições e descrições dos Brasões de Armas. Estes últimos são constituídos por figuras, ornatos e peças dispostas no campo de um escudo e, essencialmente, representam uma instituição, pessoa ou comunidade.
As origens da heráldica remontam ao século XII, quando famílias e indivíduos começaram a utilizar os símbolos dentro de escudos. Mas foi com as guerras, o desenvolvimento do equipamento militar e, sobretudo, com a realização dos torneios e festivais que a simbologia passou a ser largamente difundida na Europa.
Como forma de distinção e reconhecimento, quer em competições ou em batalhas, os cavaleiros medievais passaram a ostentar em seus equipamentos, principalmente nos escudos, um sistema de identificação composto por figuras e desenhos. Levando em conta que a indumentária (elmo e capacete) cobria, quase que na totalidade, o rosto do competidor, as heráldicas, apesar de simples, facilitavam a recognição em campos de batalha.
Os desenhos mais comuns podiam apresentar figuras geométricas, de animais ou vegetalistas. Com o tempo, os brasões passaram a ganhar um maior cuidado em sua elaboração e o Rei d’Armas, ou Arauto Real, passou a ser o funcionário da corte responsável pelo registro e compilação dos emblemas. Também cabia ao cargo a função exclusiva de observar e gerir o cumprimento das leis heráldicas. Estas últimas (seis) eram tidas como fundamentais e deveriam ser respeitadas:
- 1ª lei – não se deve sobrepor metal sobre metal, forro sobre forro ou cor sobre cor;
- 2ª lei – peças honrosas devem ser colocadas nos lugares que lhes competem;
- 3ª lei – figuras quiméricas ou naturais, quando solitárias, devem ocupar o centro do campo sem tocar em seus bordos;
- 4ª lei – figuras, ou peças móveis, pousadas sobre o mesmo campo têm sempre o mesmo esmalte, desde que sejam elas repetidas sem mudanças;
- 5ª lei – não deve haver diferenças nas tonalidades de uma mesma cor;
- 6ª lei – o brasão deve ser regular, completo e simples
Para serem facilmente identificados, os combatentes pintavam em suas armas os escudos heráldicos. As formas mais utilizadas eram o modelo francês e o português:
Quanto aos esmaltes (cores), esses de dividem em Metais (ouro e prata), Vermelho, Azul, Verde, Púrpura, Preto ou Negro e os Forros (Arminhos e Veiros). Também são levados em conta as cores naturais e a carnação, embora ambas não sejam esmaltes.
Ouro: riqueza, nobreza e poder;
Prata: integridade, pureza, obediência e firmeza;
Vermelho: vitória, ousadia e fortaleza;
Azul: lealdade, zelo, caridade, beleza, boa reputação e justiça;
Verde: esperança, amizade, fé, juventude, bons serviços prestados e liberdade;
Púrpura: sabedoria elevada e grandeza;
Negro: prudência, tristeza, astúcia, honestidade e rigor.