O Satanismo, em si, sugere múltiplas interpretações. Na Idade Média, o termo – que tem origem no hebraico e quer dizer adversário, opositor, aquele que olha para o lado escuro da lua crescente do nirvana – era usado para designar as crenças do período pré-cristão ou as religiões não cristãs, como a Wicca. Conotações mais recentes associam a filosofia/religião à veneração de símbolos satânicos e adoração ao Diabo.
Essencialmente, o Satanismo é uma religião. Sua essência é baseada na ideia de que cada indivíduo é uma divindade, capaz de alcançar altos níveis de evolução. Para tal, é preciso não está preso a nenhum dogma religioso que subtraia seus valores – o satanista tem a liberdade espiritual e filosófica de criar e desenvolver seus critérios. Entendendo o seu propósito fica mais fácil desmitificar associações comuns como: adoração ao Demônio ou oposição ao Cristianismo.
Diferente das demais religiões, as ordens e seitas satânicas não possuem livros sagrados que sirvam para guiar seus fiéis. Não há nada que precise ser seguido, pois nada é imposto. Você, simplesmente, não é obrigado a fazer nada com a promessa de que suas ações irão lhe garantir um ‘lugar’ em um reino especial destinado, apenas, àqueles que apresentarem um comportamento pré-definido.
A religião é cercada por algumas contradições. Há quem diga ser satanista e acredite e venere o Satan Cristão (algo que não condiz com a filosofia da maioria das correntes), mas ainda assim, não o impede de ser satanista. Da mesma forma, é possível ser satanista e ser ateu (por mais que as correntes satânicas, em si, não sejam ateístas).
Portanto, apenas o próprio indivíduo pode responder se é ou não satanista, já que apenas ele pode fazer um juízo de valor e considerar, ou não, como ‘verdadeiros’ os princípios do Satanismo.
Há ainda inúmeros tipos de Satanismo, correntes de pensamento, seitas e ordens. Uma das mais difundidas é o Satanismo Religioso, que possui dogmas e uma bíblia satânica. Além de realizar cerimoniais, como batizado e casamento – uma religião como qualquer outra. No entanto, não é cultuado nenhuma divindade como também não há conceitos maniqueístas sobre o céu e inferno, deus e diabo, bem e mal. A Church of Satan (Igreja de Satã), fundada em 1966 por Anton LaVey, é o maior exemplo.
Embora exista uma série de variações no Satanismo, os Símbolos Satânicos (Símbolos Religiosos) costumam ser sempre os mesmos. Dentre os mais famosos estão:
Baphomet
Reconhecido como um dos símbolos mais polêmicos e malignos, o Baphomet é um dos pontos mais contraditórios do Satanismo. O símbolo, conhecido desde os tempos pré-cristãos, não possui relação direta com o demônio do cristianismo. Embora, o Baphomet, para os cristãos, seja o próprio Diabo representado na figura do bode chifrudo.
Para os satanistas, Bafomé – como também é chamado – é uma energia da natureza que os motiva a realizar seus objetivos. No caso, o bode andrógino, com corpo humano e asas simboliza liberdade, força e fertilidade princípios valorizados pelos povos pagãos.
Pentagrama Invertido
O pentagrama é mais um dos símbolos satânicos que possuem diversos significados. Encontrado originalmente nas culturas pré-cristãs, o símbolo, no satanismo religioso, é utilizado com duas pontas voltadas para cima, representando a face de Baphomet.
A inversão do pentagrama, com as três pontas voltadas para baixo, segundo os satanistas, representa a negação da Santíssima Trindade. Já as duas pontas para cima representam o equilíbrio maniqueísta que guia o universo e a vida: positivo/ negativo, criação/ destruição, vida/morte, etc. Em um pentagrama invertido ainda é possível inserir a figura do ‘bode chifrudo’ – as pontas superiores são os chifres, a parte inferior a ponta da barba e as laterais são as orelhas.
Cruz Invertida
O símbolo nos remete a São Pedro, que não se achava digno de morrer como Jesus Cristo e pediu para ser crucificado de cabeça para baixo. A cruz invertida é encontrada na Basílica do Vaticano, inclusive, no trono ocupado pelo Papa. No entanto, a maioria dos cristãos associam a inversão da cruz aos satanistas.
Para os cristãos, ainda, o uso da cruz invertida por parte dos satanistas confere em um escárnio a Jesus Cristo, por conta do mesmo ter sido crucificado para ‘salvar o mundo’.
O Número da Besta
O número ou marca da besta, de acordo com o cristianismo, seria o código secreto que identificaria o Anticristo – um mostro humanizado que viria ao mundo para dominá-lo e destruí-lo em seguida. Sua chegada seria anunciada com o tocar da sexta trombeta, o derramamento da sexta taça e a abertura do sexto selo.
Na maioria das vezes o número aparece como 666, embora não há certeza de que o número original seja este. Em manuscritos do Apocalipse, ele aparecia como 616, por exemplo.