A vigésima terceira letra do alfabeto grego, Psi (Ψ maiúscula, ψ minúscula), é também o símbolo da psicologia. No idioma grego, a letra representa a junção do som das consoantes ‘p’ e ‘s’, sendo, normalmente, usada para a formação de sílabas com uma vogal, como em ψάρι ou psári (peixe, em tradução livre). Já no Latim, ‘Ψ’ deu origem a diferentes pronúncias, como na palavra psychology (em inglês) e psicologia (em português); enquanto no inglês o ‘p’ ficou mudo, no português o conjunto ps- sempre fora pronunciado.
Mas por que usamos a letra ‘Psi’ (Ψ) como símbolo da Psicologia? Embora tal uso pareça óbvio, a origem da letra não possui uma relação direta com a ciência que estuda o comportamento e as funções mentais dos seres humanos. É provável que ‘Psi’ tenha sido originada de uma contração das letras Sigma e Pi, ou ainda da representação do tridente de Poseidon – o grande rei dos mares, segundo a mitologia grega. Tomar como referência as duas possíveis origens e remetê-las à teoria da escolha do símbolo pode ser configurado como uma apofenia – identificar padrões aleatórios e criar significações aos mesmos.
Talvez a teoria mais concreta para a escolha da letra ‘Psi’ esteja na origem da palavra psicologia, esta que surgia entre os anos 1530 e 1590 – seja na obra ‘Psichiologia de ratione animae humanae’, do humanista croata Marko Marulić, ou na obra ‘Yucologia hoc est de hominis perfectione’, do lexiocografo alemão Rudolph Göckel. Embora tenha sido citada desde o século XVI, ‘psicologia’ só veio a torna-se usual na França e na Alemanha do século XVIII.
Assim que o termo, oriundo das palavras ψυχή (psiche, alma) e λόγος (logos, estudo/saber) e anteriormente chamado por ‘estudo d’alma’, ganhou certa popularidade no meio acadêmico, naturalmente, a letra grega ‘Psi’ – sufixo da palavra ‘psicologia’ – ou melhor, a sua grafia (Ψ), passou a ser o símbolo desta ciência. A escolha, justamente por conta de sua simplicidade, está de acordo com a lei da parcimônia (quanto mais simples melhor).
